Entenda por que a chuva que atingiu São Paulo é considerada extrema

Chuva extrema em São Paulo: 40% da média histórica em apenas duas horas

Uma forte tempestade com chuvas torrenciais, que em alguns pontos atingiram níveis extremos, afetou a cidade de São Paulo na tarde desta sexta-feira. Os índices de precipitação registrados em um curto espaço de tempo foram alarmantes, resultando em inundações repentinas em diferentes bairros da capital paulista.

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia, obtidos na estação localizada no Mirante de Santana, na zona Norte, revelaram que em apenas duas horas foram acumulados 121,8 mm de chuva. Destes, impressionantes 82 mm caíram entre 15h e 16h, enquanto 39,8 mm foram registrados entre 16h e 17h. Após esse intervalo, a quantidade de chuva diminuiu significativamente, apresentando valores de 2 mm ou menos por hora.

Para entender a magnitude desse fenômeno, é importante destacar que 121,8 mm correspondem a cerca de 122 litros de água por metro quadrado em um período tão curto. Essa quantidade de precipitação é considerada extrema e reflete a intensidade do temporal.

Historicamente, janeiro é notoriamente o mês mais chuvoso do ano, com uma média de 291,1 mm de precipitação. Em apenas duas horas, a estação do Mirante registrou 41,7% da média mensal, um dado que ressalta a severidade das condições climáticas enfrentadas pela capital. O que ocorreu na tarde de hoje superou até mesmo os critérios comuns utilizados para classificar a precipitação extrema, que geralmente considera eventos acima do 95º percentil da distribuição de frequência de chuvas diárias.

De acordo com informações do Centro de Gerenciamento de Emergências da cidade, diversas regiões sentiram os efeitos desse temporal. Entre 15h30 e 17h30, foram registrados 104,4 mm na Vila Maria/Vila Guilherme, 90 mm em Pinheiros – Vila Madalena, 83,2 mm em Santana – Carandirú, 65,4 mm em Itaim Paulista – Vila Curuça, 62,8 mm no Butantã – USP, 58,8 mm em São Miguel Paulista – Vila Jacu, 55,6 mm na Mooca – Belém e 45,8 mm na Penha – Rincão.

Mas o que causou essa tempestade tão intensa? A resposta está na combinação de fatores climáticos que têm afetado a região. A capital paulista viveu mais um dia de calor extremo, com a temperatura máxima atingindo 32,6ºC no Mirante de Santana. Essa alta temperatura, aliada à significativa quantidade de umidade presente na atmosfera, gerou um ambiente propício para a formação de nuvens carregadas.

O fenômeno foi ainda impulsionado pela umidade que se deslocou da costa em direção à Serra do Mar por meio da brisa marítima. O resultado foi uma explosão de nuvens muito carregadas que avançaram rapidamente de Norte para Sul, despejando chuvas intensas em várias áreas da cidade.

Esses temporais são uma característica comum do verão em São Paulo, em especial durante as tardes e noites. A formação das nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) ocorre devido ao aquecimento diurno, que provoca movimentos de ar ascendente na atmosfera. Isso contribui para o desenvolvimento de temporais localizados, que frequentemente aparecem de forma isolada.

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Fonte: MetSul.com
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