COM TRÊS DENUNCIADOS, GAECO SUSPEITA DE MAIS POLICIAIS ENVOLVIDOS

GAECO SUSPEITA ENVOLVIMENTO DE MAIS POLICIAIS EM PROPINA DO TRÁFICO

O combate ao crime organizado em Mato Grosso do Sul enfrenta um novo capítulo com as recentes denúncias do Ministério Público Estadual, que apontam para um esquema envolvendo policiais civis em atividades ilícitas relacionadas ao tráfico de drogas. A Operação Snow, que se desdobrou em uma investigação minuciosa, revelou que, até o momento, três agentes foram formalmente acusados de corrupção, suspeitos de receber propina de criminosos em troca da liberação de veículos apreendidos e acesso a informações confidenciais do Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO).

Os detalhes dessa investigação têm chamado atenção da sociedade e das autoridades, especialmente após o Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) ter denunciado um total de 21 indivíduos, incluindo dois advogados e um policial civil. Estes foram identificados como membros de uma sofisticada organização criminosa que utilizava carros dos Correios, frigoríficos e até funerárias para o transporte de drogas. A operação, que culminou em mandados de busca e apreensão, foi deflagrada na última quarta-feira, dia 15.

Um dos nomes que se destaca nas investigações é o escrivão da Polícia Civil, Gustavo Cristaldo Arantes. Ele foi apontado como peça-chave ao auxiliar a organização criminosa com informações sensíveis, garantindo maior eficiência nas operações ilegais. Uma das declarações mais preocupantes afirma que essa ligação não é uma ocorrência isolada; Arantes já havia sido alvo de investigações na Operação Juramento Quebrado, em março de 2024, por estar relacionado a um grupo de extermínio de Campo Grande, evidenciando um padrão preocupante de corrupção e conluio dentro das forças de segurança.

Na primeira fase da Operação Snow, que ocorreu em abril de 2024, outros dois policiais civis, Anderson César dos Santos e Hugo Cesar Benites, foram flagrados em ato ilícito, sendo capturados por câmeras enquanto transportavam drogas em um veículo oficial. O afastamento dos mesmos da corporação foi uma consequência imediata das elevações nas acusações, e ambos atualmente enfrentam sindicância pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.

O contexto se intensifica com a recente denúncia protocolada no dia 20 de janeiro, onde o Gaeco revelou que figuras de destaque, como Joesley da Rosa e o advogado Vlandon Xavier Avelino, ofereceram subornos a Gustavo Cristaldo e a outros policiais civis ainda não identificados, com o intuito de realizar atos administrativos que favorecessem o tráfico e a organização criminosa. Essa revelação não apenas indica a profundidade da corrupção no sistema policial local, mas também sugere que mais agentes podem estar envolvidos.

Os investigadores não têm dúvidas sobre a complexidade e a extensão desse esquema criminoso. Um dos relatos mais alarmantes refere-se ao envolvimento de veículos de transporte, que incluíam caminhões de Correios, frigoríficos e uma funerária, estruturando um método discretamente eficaz para o tráfico de cocaína e maconha. A denúncia expõe a falha de segurança na fiscalização, levando a situações absurdas, como uma carreta dos Correios que ficou entalada ao descarregar a droga.

A situação é ainda mais grave com a implicação dos advogados Vlandon Xavier Avelino e Antônio César Jesuíno. Segundo a acusação, eles não apenas prestavam serviços jurídicos, mas também estavam diretamente envolvidos na corrupção de agentes públicos, adquirindo informações privilegiadas e auxiliando na monitorização das cargas de droga.

Entre os líderes da organização, nomes como Ademar Almeida Ribas, conhecido como “Pitoco”, e Rodney Gonçalves Medina vêm à tona, sinalizando uma rede de poder que se infiltra em diversos níveis do setor público. A complexidade do esquema revela a necessidade urgente de uma reforma mais profunda no sistema de integridade da Polícia Civil.

A resposta do Governo do Estado acerca dos fatos denunciados tem sido de um monitoramento ativo. A assessoria de imprensa assegurou que qualquer denúncia ou suspeita de envolvimento de policiais civis com atividades ilegais é tratada com seriedade, por meio de investigações conjuntas com órgãos do Ministério Público e o Gaeco.

Diante de todas as evidências e delações que surgem a cada nova fase da Operação Snow, a população de Mato Grosso do Sul se vê diante de uma crise de confiança em suas instituições. O desfecho dessa situação terá implicações não só na segurança pública, mas também na credibilidade das forças de segurança que devem proteger o cidadão. A expectativa agora é de que as investigações avancem e que medidas contundentes sejam adotadas para restaurar a ordem e a integridade nas instituições responsáveis pelo combate ao crime organizado. Para mais atualizações sobre essa investigação importante, continue acompanhando a cobertura da imprensa local.

Fonte: O Jacaré
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