Na manhã desta quinta-feira, 30 de janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações importantes sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos, especificamente em relação ao novo mandato do presidente Donald Trump. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, onde Lula reafirmou seu compromisso de manter uma relação respeitosa e de reciprocidade entre os dois países.
Ao longo de sua fala, Lula destacou que já teve experiências de governar o Brasil sob diferentes administrações norte-americanas, tanto republicanas quanto democratas. “Eu já governei o Brasil com presidente republicano, já governei com presidente democrata. E a minha relação é sempre a mesma, a relação é de um Estado soberano com outro Estado soberano. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu fui eleito para governar o Brasil,” afirmou, ressaltando a importância de respeitar a soberania e as decisões de cada nação.
A relação entre o Brasil e os EUA promete ser desafiadora, especialmente caso Trump avance com suas ameaças de impor tarifas de exportação sobre produtos brasileiros. Lula, ao abordar essa questão, estabeleceu uma clara postura de reciprocidade. “Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos americanos. É simples, não tem nenhuma dificuldade,” declarou, enfatizando que o governo brasileiro adotará uma postura firme e equilibrada diante das decisões comerciais que impactam as exportações nacionais.
Além de questões comerciais, Lula também fez críticas contundentes à administração Trump, particularmente sobre a retirada de financiamentos dos Estados Unidos à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a saída do Acordo de Paris. Para Lula, essas medidas representam uma “regressão à civilização humana”, evidenciando uma visão crítica sobre como as ações dos EUA podem afetar não apenas o Brasil, mas o mundo inteiro no combate às mudanças climáticas e à promoção da saúde global.
Lula não hesitou em afirmar que os Estados Unidos devem respeitar a soberania dos outros países, mencionando as tensões recentes que envolveram o presidente Trump e governos de nações como Groenlândia e Panamá. As decisões e ações internacionais têm um impacto profundo nas relações bilaterais e na forma como os países se percebem uns aos outros.
No âmbito nacional, o presidente também abordou a expectativa para as eleições que decidirão as novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que ocorrerão neste fim de semana. Até o momento, dois deputados já se colocaram como candidatos à presidência da Câmara. Hugo Motta, do Republicanos-PB, é considerado o grande favorito, contando com o apoio de praticamente todas as bancadas, incluindo aquelas que compõem a oposição. O deputado pastor Henrique Vieira, do PSOL-RJ, também oficializou sua candidatura, representando a oposição de esquerda.
No Senado, a disputa parece se concentrar em Davi Alcolumbre, do União Brasil-AP, que exerce uma posição de destaque e já foi presidente da casa entre 2019 e 2020, tendo conquistado amplo apoio das principais bancadas para retornar ao cargo.
Sobre as eleições, Lula afirmou: “O presidente da República não se mete nisso. O meu presidente do Senado é aquele que ganhar. E o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e estabelecer uma nova relação.” Essa declaração indica a intenção do governo de se manter cooperativo e aberto ao diálogo, enfatizando que a articulação política com o Congresso permanecerá uma prioridade durante sua administração.
A coletiva destacou a importância do engajamento político e da transparência nas relações do governo com as instituições do país, além de reforçar que Lula está comprometido em manter um ambiente de colaboração, tanto no plano interno quanto nas relações internacionais, em particular com os Estados Unidos, que é um parceiro econômico e político vital para o Brasil.