Ministério Público investiga atraso nas obras do aeroporto de Dourados

Ministério Público apura atrasos nas obras do aeroporto de Dourados

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF-MS) tomou uma importante decisão ao instaurar um procedimento administrativo que visa investigar os atrasos nas obras da pista do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, localizado em Dourados. Desde maio de 2021, o aeroporto se encontra fechado para operações de companhias aéreas, o que tem causado sérios impactos na mobilidade dos cidadãos e no desenvolvimento econômico da região.

Durante este período de fechamento, as obras de revitalização da pista foram realizadas pelo 9º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro. A entrega das obras ocorreu em julho do ano passado, porém, a homologação necessária para a retomada dos voos comerciais não foi concluída devido a problemas técnicos identificados na infraestrutura. Esses problemas necessitam de correções antes que as companhias aéreas possam reiniciar suas operações na cidade.

No dia 17 de janeiro, um documento formal assinado pelo procurador da República, Caio Hideki Kusaba, revelou a preocupação do Ministério Público. O texto destaca que o fechamento prolongado do aeroporto traz “severos prejuízos à população e à economia locais”. Além disso, foram mencionadas discrepâncias estruturais tanto na pista quanto no terminal de passageiros, que precisam ser cuidadosamente abordadas para garantir a segurança e a qualidade da operação aeroportuária.

Como parte da investigação, o procurador enviou ofícios à prefeitura de Dourados e à Infraero, a empresa responsável pela administração do aeroporto, solicitando respostas a uma série de perguntas em um prazo de 10 dias. Entre as questões levantadas, estão as ações que estão sendo adotadas para corrigir as irregularidades observadas na cabeceira 24 da pista, além de problemas sinalizados no terminal e na estrutura elétrica do prédio.

Além disso, o MPF requer informações sobre prazos para a implementação das medidas corretivas e a retomada das operações comerciais. Esse acompanhamento é fundamental para assegurar que os cidadãos não continuem enfrentando dificuldades para viajar, uma vez que a falta de voos disponíveis força a população local e de áreas vizinhas a se deslocar para cidades como Campo Grande ou Ponta Porã, em busca de alternativas de transporte aéreo.

Na semana passada, o prefeito Marçal Filho, do PSDB, realizou uma visita a Brasília (DF) onde se reuniu com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa, para discutir medidas que possam acelerar o regresso dos voos comerciais em Dourados. Durante essa reunião, o prefeito destacou um conjunto de ações já implementadas para que a cabeceira 24 da pista possa passar por uma nova vistoria, conduzida pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (Geiv) e aprovada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). O objetivo é viabilizar a homologação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), um passo crucial para a reabertura do aeroporto.

Em um encontro separado em São Paulo, o prefeito Marçal Filho também se reuniu com representantes da Azul Linhas Aéreas, uma das principais empresas que operavam na cidade antes do fechamento do aeroporto. Apesar de todos os esforços, ainda não há um cronograma definido para a retomada das operações, o que aumenta a ansiedade entre os moradores e as autoridades locais.

Desde que o aeroporto foi fechado, a comunidade de Dourados tem sentido os efeitos desse impasse. Antes da interrupção das operações, a Azul Linhas Aéreas e a Gol Linhas Aéreas ofereciam frequências diárias de voos, facilitando o deslocamento e o acesso a diversas localidades no Brasil. Hoje, a inatividade do aeroporto representa não apenas uma inconveniência para os viajantes, mas também um obstáculo para o crescimento econômico da região, que depende da conectividade para atrair investimentos e estimular o turismo.

Diante desse cenário, a expectativa para a resolução dos problemas que afligem o Aeroporto de Dourados é urgente e necessária. A mobilização das autoridades e o acompanhamento por parte do Ministério Público são essenciais para garantir que a população não sofra mais com as consequências do fechamento e que Dourados volte a ser um destino acessível para todos. A luta para retomar os voos comerciais não é apenas uma questão de logística, mas sim uma necessidade econômica e social que precisa ser atendida com a máxima urgência.

Fonte: Dourados News
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