PRESIDENTE DA CÂMARA DIZ QUE VENDEU CARRO ALVO DE APREENSÃO POR DÍVIDA

PRESIDENTE DA CÂMARA DE PONTA PORÃ AFIRMA QUE VENDEU CARRO MANDADO APREENDER

O presidente da Câmara Municipal de Ponta Porã, Agnaldo Pereira Lima, conhecido como ‘Miudinho’, está enfrentando sérios desafios financeiros e legais. Recentemente, um oficial de Justiça foi à sua residência com um mandado de apreensão visando um veículo, um Citroen C3, devido a uma dívida de R$ 61.039,77 com o Banco Volkswagen. Miudinho alegou que já havia vendido o carro e não soube fornecer o endereço do novo proprietário, conforme relata a documentação que chegou até a juíza Sabrina Rocha Margarido João, da 2ª Vara Cível de Ponta Porã.

O caso não é isolado. O vereador, que é membro do PSDB, já está envolvido em processos de execução que somam mais de R$ 760 mil em dívidas relacionadas a diversas instituições financeiras. Entre essas dívidas, destaca-se um empréstimo de R$ 148.551,40 contratados por sua empresa, Walla Fast Food Alimentação Ltda, em 2014, cujas parcelas não foram pagas desde 2016, resultando em um montante que inclui juros e honorários advocatícios, que ultrapassa os R$ 699 mil.

Na última ação judicial, que ocorreu em 16 de janeiro, a juíza Tatiana Decarli decidiu bloquear valores nas contas de Miudinho e de sua empresa. Porém, dos R$ 80.716,25 encontrados nas contas pessoais de Miudinho, nenhum valor foi registrado na conta da empresa, levantando questionamentos sobre suas finanças.

Tentativas de contato foram feitas para que Miudinho comentasse sobre as ações contra ele, mas até o momento não houve resposta. Vale ressaltar que a atualização pública do seu caso é bastante significativa, uma vez que ele ocupa uma posição importante em sua cidade.

Além disso, o filho do vereador, Agson Tiago Jahel Lima, está envolvido em um polêmico contrato com a prefeitura local. O Laboratório Central Ltda, que pertence a Agson, firmou um contrato avaliado em R$ 5.427.550,00 para a prestação de serviços de exames à população de Ponta Porã. Curiosamente, essa contratação ocorreu sem licitação, através de um mecanismo conhecido como inexigibilidade de licitação, despertando suspeitas de favorecimento.

O contrato, assinado em junho de 2023, foi rescindido após um mês, uma vez que a prefeitura alega que o laboratório não cumpriu cláusulas essenciais do acordo, como a regularização de falhas identificadas pela Secretária Municipal de Saúde. Ao investigar, a reportagem encontrou que a empresa foi estabelecida em maio de 2021, com um capital inicial modesto de R$ 50 mil.

A resposta de Miudinho às alegações de que a contratação do laboratório foi influenciada por sua posição na Câmara foi clara. Ele defendeu que a contratação ocorreu de maneira legítima e seguindo os procedimentos legais necessários, negando qualquer tipo de interferência política. Ele ainda destacou que não tem conhecimento sobre a gestão do laboratório, uma vez que o mesmo pertence a seu filho.

Eduardo Campos, prefeito de Ponta Porã, também comentou sobre a situação, reafirmando que a contratação seguiu a legislação vigente na época, que permitia tais ações, ressaltando que não há empecilhos para a participação de familiares de vereadores em processos licitatórios.

Agnaldo Miudinho tem uma longa trajetória política, iniciando sua carreira em 2008, e sua ascensão se deu após assumir o posto de vereador em caráter efetivo em 2021, após o assassinato de seu antecessor, Farid Afif. Sua jornada política é entremeada de desafios financeiros e agora com um foco crescente nas suas finanças e na legitimidade dos contratos firmados por sua família.

Esses eventos estão chamando a atenção não apenas da população de Ponta Porã, mas também do sistema de Justiça, que continua a examinar as respectivas situações financeiras e comerciais do vereador. É um momento de reflexão para as autoridades locais, que devem agir em consonância com as preocupações da sociedade, garantindo transparência e responsabilidade em suas ações.

Fonte: Pauta Diária
plugins premium WordPress