Conab estima queda na produção de café com 51,8 milhões de sacas

Produção de café no Brasil deve cair para 51,8 milhões de sacas

A expectativa para a safra de café beneficiado no Brasil em 2025 não é das mais animadoras. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta terça-feira (28), o 1º Levantamento de Café, que estimou uma produção total de apenas 51,8 milhões de sacas. Isso representa uma queda significativa de 4,4% em relação à safra anterior, evidenciando uma tendência preocupante no setor cafeeiro nacional.

Fabiano Vasconcellos, gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, destacou que essa diminuição na produção é resultado de uma série de fatores climáticos adversos que vêm impactando o cultivo do café desde 2021. “Este é o nosso primeiro resultado para a previsão da safra de café de 2025. A Conab monitora continuamente essa produção e divulga quatro estimativas anualmente. O que observamos agora ainda é um reflexo das condições climáticas ruins registradas em 2021, que seguiram impactando a safra nos anos seguintes de 2023 e 2024”, afirmou Vasconcellos.

A situação se torna ainda mais complexa quando se analisa a produtividade das lavouras. Fatores como altas temperaturas e a restrição hídrica durante as fases críticas de floração causaram um impacto negativo, resultando em uma colheita média de 28 sacas por hectare, o que representa uma queda de cerca de 3% em comparação ao ano passado. Mesmo com um leve crescimento de 0,5% na área total dedicada ao cultivo de café — que atualmente abrange 2,25 milhões de hectares, dos quais 1,85 milhão são destinados à produção e 46 mil para formação —, a expectativa é desoladora.

Quando analisamos as projeções específicas para os diferentes tipos de café, a situação se torna ainda mais evidente. A produção de café arábica, que é um dos principais produtos do Brasil, é estimada em 34,7 milhões de sacas. Essa cifra representa uma queda alarmante de 12,4% em relação ao ano anterior. Este cenário preocupante é em grande parte consequência da bienalidade das colheitas e das condições climáticas desfavoráveis, especialmente no estado de Minas Gerais, o maior produtor do país, que enfrentou uma redução de 12,1% na produção.

Entretanto, nem tudo são más notícias. O café conilon, em contrapartida, apresenta uma previsão de produção mais otimista. A Conab estima que as lavouras de conilon gerem cerca de 17,1 milhões de sacas. Caso essa estimativa se confirme, significa um crescimento expressivo de 17,2% em comparação ao ano anterior. Essa informação dá um alívio ao setor, ainda que o aumento de produção em uma modalidade não compense a diminuição em outra.

A situação atual da safra de café se reflete em todo o ciclo produtivo, afetando não apenas os produtores, mas também a economia local e a sustentabilidade do mercado cafeeiro brasileiro. O café é uma das principais commodities do Brasil e representa não apenas um pilar da economia nacional, mas também uma parte significativa da cultura e identidade do país.

Portanto, monitorar continuamente as condições climáticas e implementar práticas agrícolas sustentáveis será fundamental para reverter essa tendência. Enquanto o Brasil luta para fortalecer a sua produção de café, é essencial que os stakeholders do setor permaneçam atentos às questões climáticas e busquem alternativas produtivas que possam garantir a qualidade e, principalmente, o volume da safra nos próximos anos. O desafio é grande, mas com planejamento e adaptação, o setor pode encontrar caminhos para uma recuperação que beneficie todos os envolvidos na cadeia produtiva do café.

Fonte: Dourados News
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